sábado, 30 de abril de 2011

Cubismo.

Recentemente eu encontrei uma garota que me envolvi tempos atras. Eu a achava incrível. Me mataria por ela. Algo estranho aconteceu. Olhei para ela, inclinei a cabeça para um lado... depois para o outro, ela não era nada do que foi um dia. 
Sua pele parecia áspera e de cor estranha, seu cabelo mal cortado, suas roupas velhas e sem nenhum mínimo conhecimento de moda, seus braços que antes eram fortes agora me pareciam gordos. O que mais me impressionou foi o seu rosto, antes eu beijava todas as suas feições, cada leve traço e eu achava tudo lindamente desproporcional, agora tudo me parecia um quadro de Picasso. Linhas sem sentido, desorientadas, puro Cubismo das Vanguardas Européias. Eu senti nojo, essa é a verdade. Eu morri de nojo.  Queria ter apagado meu passado. Aquela garota foi um divisor de águas na minha vida. Eu nunca vou esquece-la e muito menos perdoa-la. Mas talvez, daqui a alguns anos eu olhe para trás e perceba que apesar de toda dor e todo sofrimento inútil ela foi de longe a melhor coisa que aconteceu.
Não devemos pensar que somos imunes ao sofrimento, se você amar pelo menos uma vez em sua vida você será profundamente dilacerado, de dentro para fora, dia após dia. Mas se também nunca amar não terá vivido e muito menos aproveitado a melhor parte que esse estagio que chamamos de vida nos oferece.
Nada é melhor do que ficar vulnerável e continuar assim. Realmente espero que você seja abatido pela desgraça cheia de graça que me abateu.

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