domingo, 28 de agosto de 2011

Eu vi tudo. Li seu pedido de socorro. Escrevi um comentário, então o apaguei.
Estava certa, o tempo todo. Nós não fomos feitas uma para a outra. Você nunca seria mais do que uma garota de classe média que tinha o pior guarda roupa que já vi. Eu nunca serei menos do que uma garota arrogante e orgulhosa, bem vestida de lindos olhos azuis.
Hoje, eu tirei seu Blog do meu Top Sites. O fiz sem peso algum.
Você sempre terá suas amizades nojentas, com péssimo gosto musical e all sujo. Eu sempre terei as minhas amizades falsas com brilho labial e bolsa Lacoste. Serei uma grande advogada, quem sabe até uma juíza e você estará ocupada demais trabalhando de assistente na área informática ou sendo atendente em alguma loja de quinta.
Você é o pó que eu piso. A sujeira que eu escarro. Eu cuido das pessoas, enquanto você as destrói.
Aproveite sua depressão e curta sua vida miserável, por que é exatamente o que merece. E seus textos... nunca foram grande coisa e nunca irão mudar o mundo. Diferente dos meus que ajudaram tantas garotas que realmente precisavam.

domingo, 14 de agosto de 2011

Birthday

Meu aniversario esta chegando, ano passado meus pseudo amigos fizeram uma festa surpresa. Lembro como eu fiquei chateada, abri a porta e me esperavam com um bolo. Queria dizer "Porra, vocês não podem ver meus pulsos? Eu passo o dia todo tentando morrer e a noite inteira sonhando com isso. Realmente, tipo, sério mesmo que vocês acham que hoje é um dia feliz?". Infelizmente eu tentei ser educada e manter a postura. Dei uns sorrisos falsos, e me livrei deles o mais rápido possível. 
Esse ano continuo tendo os mesmos sonhos, mas é como se tivesse apoio. Tenho o meu amor, e algumas pessoas bobas. Nós vamos ao Hooters, na sexta feira. Garçonetes vadias servindo Heineken. O sonho americano. Não! Ok, eu admito, vou lá pelas garçonetes mesmo. Eu realmente queria chamar minha ex namorada, realmente. Mas eu seria crucificada pelos meus amigos e recusada por ela. Ja tenho problemas demais, não preciso ser julgada e pisoteada na mesma noite. Aliás, nem ao menos sei se suportaria olhar pra ela, ver seus pulsos marcados, seu cabelo "diferenciado", seu sorriso simplório. Não, eu não agüentaria. Mas não devo negar que seria meu maior presente de aniversario, talvez até de natal, quem sabe não é mesmo? Eu preciso ficar longe, o mais longe possível, ela é instável demais e me traz sensações que eu desconheço. Gosto de pisar em terras conhecidas, matas desbravadas, trilhas feitas. Afinal, quem sou eu, frágil, para desbravar a natureza do inferno.
Essa semana será uma tortura, mais um aniversario sem minha avó, só ela acertava meus presentes.

sábado, 13 de agosto de 2011

Meu amor,

Droga de festa. Eram as pessoas que eu convivia, que adorava, pelo qual faria qualquer coisa. Agora, não pareciam mais do que um grande saco de merda. Aquelas conversas bobas, brincadeiras estúpidas, patético.
Algumas conversavam sobre como a vida da atriz adolescente que tinha distúrbios alimentares e cortava os pulsos devia ser triste, com um tom de preocupação. Engraçado, não houve preocupação alguma quando o mesmo aconteceu comigo. Outros conversando sobre mulheres. Ridículo, as garotas deles não chegam nem aos pés das minhas. As bichas más, gayzorcistas, querendo desvendar se um garotinho jogava no time deles. Imbecis, eu já sabia a resposta.
Tentaram me enturmar de novo, fazendo piadinhas: "Tem coisas que não mudam mesmo, já faz um ano e você ainda tem esse problema de vicio no celular, ha-ha-ha". Eu só pude responder: "Pra você ver, será que o problema realmente sou eu... ou o fato de eu estar no celular no meio de uma festa só demonstra o quanto as pessoas aqui presentes não merecem a minha atenção?!". Demoraram 30 segundos para processarem minha frase. Depois uma pergunta sobre o Presentinho Grego, as noticias correm rápido,  por favor, me lembre de nunca mais beijar uma garota popular.
O ponto alto da noite foi a discussão sobre Impostos e Política, mas tudo se perdeu quando descobri que eles usavam vídeos do Felipe Neto como ponto de referencia.
Meu amor me salvava com as suas mensagens melosas. Meu amor apareceu tão de repente e vinha me mantendo viva. Meu amor cuida de mim, como um bebe. Meu amor invade meus sonhos. Meu amor, meu amor, meu amor... quanto tempo irá demorar para me deixar?! Por favor, me diga meu amor!
Eu usava um shorts Calvin Klein e meu sapato Oxford favorito, e fiquei enojada com a forma que tudo aquilo parecia como antes. Se uma foto fosse tirada, eu poderia apontar uma data a ela, e a data seria sim a de 2010. Sim, o maldito ano de 2010. Sai a francesa.
Lucas, Gabriela, Jessica, Leonardo, Gustavo. Não os suportava mais. Na verdade, poderia até dizer que havia uma ponta de ódio em meu coração. Todo este tempo que eu estive longe... eu não perdi nada. Suas vidas são medíocres, seus sonhos rasos e o futuro é certo. Para mim, minha vida parece um quadro de Picasso, meus sonhos são mais profundos que o Lago Baikal e meu futuro é incerto. Poderia lhes desejar a morte, mas a morte é uma dadiva, e só a desejo para quem amo. A vocês desejo a vida, uma vida bem longa e medíocre, como estão acostumados. Por que, nada é pior do que a vida. 

sábado, 30 de julho de 2011

The best fucking speech.

"I’ve loved you from the first time I saw you. I think I was twelve. It took me three years to pluck up the courage to speak to you. And I was so scared of the way I felt, you know, loving a girl, that I learned how to become a sarcastic bitch just to make it feel normal. I screwed guys, to make it go away, but it didn’t work. When we got together it scared the shit out of me because, you were the one person who could ruin my life. I pushed you away and made you think things were your fault but, really I was just terrified of pain. I screwed that girl Sophia to kind of spite you for having that hold on me. And I’m a total fucking coward because, I got these… these tickets to Goa for us three months ago. But I, I couldn’t stand… I didn’t want to be a slave to the way I feel about you. Can you understand? You were trying to punish me back and it’s horrible. It’s so horrible because, really, I’d die for you. I love you. I love you so much it is killing me." 
Skins UK, 4 Season. The last scene

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Help.

Peguei um ônibus. Sempre detestei andar de ônibus, lembro que andei 2 vezes quando era pequena por que passei a tarde toda infernizando minha empregada, ela me levou e eu achei o máximo. Minha mãe brigou com ela quando soube, andei mais outras duas vezes a um ano atrás por curiosidade também, mas não me surpreendeu.
Desci no ponto que ficava mais próximo e andei o mais rápido possível até seu prédio. Subi de elevador impaciente, havia roído minhas unhas no caminho e os cantos dos meu dedos sangravam. Ela me abriu a porta e a única coisa que pude fazer foi cair em choro, me abraçou, me sentou no sofá. Passou a mão nos meus cabelos e os beijou. Fiquei uma hora assim. Eu podia sentir meu rosto inchado de tanto chorar, minha face quente e uma dor de cabeça insuportável me acompanhava.
      - Me diga, o que aconteceu? Nunca te vi assim. 
     - Eu não posso agüentar tudo isso de novo - disse entre os soluços - se ela soubesse, porra. Ela sabe, sabe que é meu milagre, minha salvação. Eu tenho trabalhado tão duro para ser uma boa pessoa, por que não é suficiente? Porque eu ainda não sou digna de receber a ajuda dela? To cansada porra, cansada - peguei o lenço, assuei o nariz rápido, e voltei a falar - Olha só esse último ano, olha só pra mim. Eu costumava ser incrível, incrível pra caralho, nem precisava comprar a maconha que fumava, as pessoas davam ela pra mim de graça só por que gostavam de estar comigo. Tinha amigos, todos amigos falsos mas quem se importa?! Só to pedindo uma coisa, uma maldita coisa. Eu ajudei tantas garotas, resolvi os problemas delas, cuidei de todas elas, dei conselhos, instruções, por que eu não tenho o direito de ter alguém assim também na minha vida?!
      - Você tem que tentar! É difícil! Mas que droga, você não precisa dela, não precisa! Não fale desse jeito, você ainda é incrível pra caralho! - me olhava com dó - Não tem que passar por isso. A S. queria namorar com você, cuidar de você. Por que você dispensou ela? Ela ia te ajudar a esquecer essa imbecil que sei lá o porque você ainda ama. 
     - Todo mundo me disse o quanto é feia, escrota, sem futuro, doente. Já entendi, você não precisa falar mal dela pra mim. Consigo a garota que quero, qualquer uma! Cassete! Mas eu só quero ela - cai em seus braços de novo, a apertei o mais forte que pude - Está sendo difícil, eu comprei laminas novas, voltei a escrever as coisas ruins que escrevia. Um ano! Um ano, porra, passei um ano desenhando seus olhos desonestos - fechei os olhos.
      - Hey - colocou o cabelo atrás da minha orelha, logo em seguida sussurrou no meu ouvido - Como você veio parar aqui?
      - Ônibus, não ria - disse meio emburrada.
      - Nossa, você realmente está mal.
Adormeci ali por pouco tempo. Ela me acordou e lembrou que eu teria problemas se chegasse tarde em casa. Nós conversamos de novo, dessa vez com mais calma, e ao invés de me oferecer Heineken e cigarros simplesmente ofereceu leite e alguns beijos. Pela primeira vez depois de tanto tempo abri meu coração.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

The therapist's couch.

     - Minha vovó foi a única pessoa que eu realmente admirei. É difícil falar sobre ela. Eu não entendo, ela fez um trabalho horrível ao criar seus filhos, meu tio e minha mãe são as piores pessoas que já conheci mas como avó ela conseguiu me conquistar de um jeito incrível. É como se a mãe da minha mãe não fosse a mesma pessoa que minha vovó.
     - Depois que ela morreu você conseguiu sentir admiração por mais alguém?
     - Eu... - hesitei, mudei de idéia - não!
     - Sabe, você é uma boa pessoa, e realmente gosto de você, sinto uma afeição que não sei explicar, raramente sinto isso pelos meus pacientes, de alguma forma você consegue ganhar meu coração. Você tem que superar esse seu problema com relacionamentos. Não sei o porque, mas não consegue firmar laços fortes com ninguém, e eu sinto dizer, mas este é um dos problemas de sua mãe, você não tem que carregar isso para a sua vida.
     - Eu sei, vejo você a um ano e ainda não consigo abrir meu coração, dizer o que realmente penso. Todos os dias antes de sentar neste sofá eu determino que irei contar como realmente me sinto, mas quando passo pela porta mudo de idéia e ficamos aqui conversando sobre moda e filmes.
     - Você terá que se esforçar - minha terapeuta disse encerrando a conversa.

Tudo isso me fez pensar nesses problemas que tenho passado. Não faz idéia de como odeio tudo isso. Vou a escola todos os dias e vejo aquelas garotas insuportáveis que só falam sobre garotos e esmalte Chanel, desejo ser como elas. Não entendem nada sobre política, feminismo e meio ambiente mas não cortam o próprio corpo e vivem uma vida miserável. Invejo-as.
É difícil para mim confiar em alguém. Quando confio, é obvio que esta pessoa me decepciona como qualquer outra, a dor é multiplicada por que eu perco uma peça única, a última esperança. Então caio em um eterno redemoinho de desgraças que aparenta nunca ter fim. Eu quero tanto resolver esse problema, mas já percebi que é quase impossível. 
Droga, que belo trabalho minha mãe fez. Uma criança depressiva, auto destrutiva, mimada e arrogante. 

I miss someone i don't know.

Eu sinto falta. Sinto falta de trocar sorrisos sinceros. Ficar com as pernas fracas ao dar as mãos. Enviar mensagens imensas que no final querem dizer a mesma coisa: eu te amo. Santificar o sexo. Comprar calcinhas pensando em como serão tiradas. Ter alguém que possua passe livre pelo meu corpo. Ficar preocupada com qualquer discussão estúpida. Passar horas elaborando uma lista perfeita com as suas musicas favoritas só para presentea-la. Sentir o coração apertado ao olhar no relógio e ver que a hora da despedida está se aproximando. Pedir desculpas mesmo estando certa. Trocar cardigans e sueters. Fechar os olhos quando os lábios se tocam só para poder abri-los e ver que não é mais um sonho, é tudo real.
As garotas vem fácil, mas não conseguem me completar. Não que eu seja o tipo romântica e esteja querendo uma namorada. Na verdade namoros são uma droga. Eu gosto de relacionamentos abertos, quer dizer... não existe maior prova de amor do que a sua garota poder ter qualquer outra, provar outros gostos, outros cheiros e sorrisos, mas mesmo assim voltar para seus braços dizendo que a ama. Isso é muito mais glorioso do que se privar de experiências por alguém.
Eu nunca me importei muito com traições, foda-se que ela foi para a cama com outra pessoa, continua ali, nos meus braços, isso é o que importa. Enfim, do que eu realmente sinto falta é um porto seguro, alguém que seja como eu. Mas tudo bem, deve ter outra garota sentindo o mesmo esperando por mim em algum canto desse mundo.