sábado, 13 de agosto de 2011

Meu amor,

Droga de festa. Eram as pessoas que eu convivia, que adorava, pelo qual faria qualquer coisa. Agora, não pareciam mais do que um grande saco de merda. Aquelas conversas bobas, brincadeiras estúpidas, patético.
Algumas conversavam sobre como a vida da atriz adolescente que tinha distúrbios alimentares e cortava os pulsos devia ser triste, com um tom de preocupação. Engraçado, não houve preocupação alguma quando o mesmo aconteceu comigo. Outros conversando sobre mulheres. Ridículo, as garotas deles não chegam nem aos pés das minhas. As bichas más, gayzorcistas, querendo desvendar se um garotinho jogava no time deles. Imbecis, eu já sabia a resposta.
Tentaram me enturmar de novo, fazendo piadinhas: "Tem coisas que não mudam mesmo, já faz um ano e você ainda tem esse problema de vicio no celular, ha-ha-ha". Eu só pude responder: "Pra você ver, será que o problema realmente sou eu... ou o fato de eu estar no celular no meio de uma festa só demonstra o quanto as pessoas aqui presentes não merecem a minha atenção?!". Demoraram 30 segundos para processarem minha frase. Depois uma pergunta sobre o Presentinho Grego, as noticias correm rápido,  por favor, me lembre de nunca mais beijar uma garota popular.
O ponto alto da noite foi a discussão sobre Impostos e Política, mas tudo se perdeu quando descobri que eles usavam vídeos do Felipe Neto como ponto de referencia.
Meu amor me salvava com as suas mensagens melosas. Meu amor apareceu tão de repente e vinha me mantendo viva. Meu amor cuida de mim, como um bebe. Meu amor invade meus sonhos. Meu amor, meu amor, meu amor... quanto tempo irá demorar para me deixar?! Por favor, me diga meu amor!
Eu usava um shorts Calvin Klein e meu sapato Oxford favorito, e fiquei enojada com a forma que tudo aquilo parecia como antes. Se uma foto fosse tirada, eu poderia apontar uma data a ela, e a data seria sim a de 2010. Sim, o maldito ano de 2010. Sai a francesa.
Lucas, Gabriela, Jessica, Leonardo, Gustavo. Não os suportava mais. Na verdade, poderia até dizer que havia uma ponta de ódio em meu coração. Todo este tempo que eu estive longe... eu não perdi nada. Suas vidas são medíocres, seus sonhos rasos e o futuro é certo. Para mim, minha vida parece um quadro de Picasso, meus sonhos são mais profundos que o Lago Baikal e meu futuro é incerto. Poderia lhes desejar a morte, mas a morte é uma dadiva, e só a desejo para quem amo. A vocês desejo a vida, uma vida bem longa e medíocre, como estão acostumados. Por que, nada é pior do que a vida. 

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