quarta-feira, 25 de maio de 2011

Game Over.

Hoje nós fomos almoçar juntas. Andamos de mãos dadas pelo shopping. Esse era um dos meus sonhos estúpidos, sair por ai exibindo uma garota, gritando o quanto a amava. Tudo bem que foi horrível porque toda vez que achava que via alguém conhecido soltava a mão dela rapidamente e a enfiava no bolso, desconversava, fingia até desatenção, fazia qualquer coisa que gritasse 'Não fodo essa garota, i like pênis'.
Fomos a livraria, matamos a primeira aula, conversamos sobre as coisas que nos assustam. Eu percebo no olho dela o quanto ela adora ver eu chamando minhas "amigas" para conhece-la.
Voltamos para a escola, trocamos sorrisos no intervalo, carinhos, até agressões as vezes. Mas quando fui falar com ela na ultima aula, estava diferente. Sentada no chão, ao lado do armário, sozinha. Com aquela porcaria de diário na mão. Disse seu nome uma, duas, três vezes. Não me respondeu. Coloquei meu material em uma mesa qualquer. Me virei para ela de novo, respirei fundo. Sentei ao seu lado. Acariciei sua perna, disse o mais doce possível: 'Gracinha, você esta bem?'. Não me respondeu. Esperei algum tempo. Mexia no cabelo impaciente. Tentei olhar nos olhos dela. Mas nem seus olhos falavam dessa vez. Estava preocupada, depois comecei a ficar chateada. Ela devia estar escrevendo coisas horríveis sobre mim, naquele exato momento, naquele diário estúpido do Homem Aranha. Percebi que ela não era diferente! Era igual a todas as garotas que já conheci. Levantei. Peguei meu material, tentei de novo: 'Amor, eu vou indo'. Sem resposta. Desci as escadas murmurando. Pensando em como eu tinha sido hipócrita. Ela vai me abandonar. Provavelmente amanhã. O problema é que não sei mais viver sem ela. Ela sabe tanto sobre mim, abri meus sentimentos, minha vida. Toda vez que converso com ela tiro um peso imenso das minhas costas, me sinto leve, livre. Não sei mais como agüentar tanta dor sozinha. 
É verdade! Eu já sabia onde tudo isso ia dar. Mas eu paguei para ver. Até porque, qualquer um sabe que nenhuma dor física se compara a uma dor feita direto ao coração. Também todos sabem o quanto aprecio a dor. 

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