sexta-feira, 27 de maio de 2011

Past.

Ontem quando fui almoçar com ela, disse quem costumava ser. Como era maldosa, soberba, ruim. Ela foi direta:
- Acho que não gostaria de você. Odiaria você.
- Eu também. Mas mesmo assim sinto falta de quem era.
- Me diz. Quem você realmente é? A pessoa que conheço agora ou a pessoa ruim de meses atras? 
- Eu? - cerrei os olhos, mexi nos cabelos. Pergunta difícil - Nunca sou quem quero ser. Mas vamos dizer que hoje sou menos infeliz. 
Ela sorrio.
Não quero mais ficar com essa garota. Não estou em condições de lutar pelo amor de ninguém. Ela é ruim. Estou vendo isso. Vejo sinais em todas as partes. Sinais de que a desgraça já foi declarada, desde o primeiro instante, o primeiro beijo. Sem contar que no fundo deve me achar uma criança, fresca, irritante, rebelde sem causa. Preciso tanto de ajuda. Um milagre. Ela não pode ser meu milagre, vai acabar comigo, me destruir. Tenho que comprar laminas novas e mais maconha ao invés de sair por ai me envolvendo com garotas problemáticas. 
Esses dias me disse que seu namorado provavelmente iria terminar com ela, porque havia se cortado de novo. Fiquei decepcionada. Se eu fosse sua namorada não agiria da mesma forma. As pessoas julgam como doentes aqueles que se machucam constantemente e propositadamente. Mas não fazem idéia de como é libertador ver o sangue descendo pelos seus braços, suas mãos tremendo, medos indescritíveis tomando conta de sua mente. O ser humano é tão frágil. Há tanta beleza nisso.

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