Avistou uma luz. Sua respiração voltava ao normal, se aproximou lentamente da casa que se escondia em meio a mata. Pulou a cerca de arame farpado sem se preocupar com a dor, estava em êxtase, não podia sentir dor agora. Derrubou alguns pedaços de madeira que seriam usados para a lareira. Andava silenciosamente. Ouviu a porta se abrir, viu a luz que vinha de dentro da casa. Destemperadamente começou a cavar um buraco na terra do imenso quintal.
Um tiro, dois tiros. Estes eram de aviso. A luz da lanterna, foi diretamente em seus olhos.
- Ja mandei não voltar aqui - a mulher que segurava a espingarda gritou, atirou de novo, dessa vez em sua perna.
- Quero meu coração, me diz onde você o enterrou, vadia!
Apontou a arma novamente, não tinha opção, correu arrastando sua perna que jorrava sangue e adentrou a floresta de novo. Foi para seu abrigo, um imenso Sumaúma, enquanto retirava a bala de sua perna colocou a mão no peito, via a cicatriz que deixaram ao levar seu coração. Aquela cicatriz, maldita, doía mais que o tiro dado em sua perna, o machucado nos joelhos e os espinhos nas plantas dos pés.
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