quinta-feira, 14 de julho de 2011

Presente Grego VIII - The End

O portão estava aberto, como havia me dito. Entrei e esperei abrir a porta da casa. Me recebeu com um beijo, disse o quanto eu estava bonita. Fingi não achar seu comentário importante, mas comprei aquela roupa pensando em como ela a tiraria.
Fomos para seu quarto.
      - Você está estranha, aconteceu alguma coisa?
      - Depois a gente conversa sobre isso.
      - É, já sei sobre o que é. Não posso fazer nada para você mudar de idéia? - segurou minha mão, brincou com os botões da minha jaqueta. 
      - Gosto de você, mas as coisas estão ficando sérias, com muitos dramas, isso não devia ter passado do primeiro encontro. As pessoas vem até mim perguntando se eu sou sua garota, temos que acabar agora antes que alguém se machuque - beijei seu rosto - você tem outras garotas para ver - seu pescoço - coisas novas para fazer - por fim mordisquei seu lábio inferior.
      - Mas não quero outras garotas - sorrio e colocou minha bolsa sobre a cadeira, tirou minha jaqueta delicadamente enquanto beijava meus ombros e deixou-a cair no chão. Meu batom já havia sujado seus lábios, rimos quando percebemos e ela foi limpa-los no banheiro. Tirei meu tênis e deitei na sua cama. Estava cansada, ultimamente minha cabeça não pensava direito. Fechei os olhos, senti como se nada no mundo importasse, não podia ouvir. Apenas os abri de novo quando senti seus lábios doces, dei um sorriso que me surpreendeu.
      - Vem, quero me despedir de você direitinho.
Ficamos na cama, nossas risadas e gemidos ecoavam por toda a casa. Tentamos arrumar o quarto mas não conseguimos porque eu achava que ela ficava gostosa demais forrando a cama. Tentamos comer alguma coisa mas não deu certo, ela achava que eu ficava profundamente sexy preparando uma salada. Queríamos fumar, mas os cigarros ocupavam nossos lábios, não queríamos isso, tínhamos funções melhores para eles. Até colocar a roupa ficava difícil, precisávamos da ajuda da outra com o sutiã. 
Enquanto prendia meu cabelo ela voltou da cozinha com uma câmera na mão.
      - O que você acha que vai fazer com isso? - perguntei
      - Você decide - ela sentou no chão, encostou as costas no guarda roupa, tirava algumas fotos de mim.
      - Deixe isso ai e venha para cá, nós vamos fazer um video - levantei da cama, tirei a câmera das suas mãos e coloquei ao lado do Macbook, onde tinha um bela visão da cama. 
Ela me pegou no colo e eu prendi as pernas na sua cintura, me levou até a cama e tentou me colocar o mais gentilmente possível. Ficou sobre mim, segurou minhas coxas com força e se encaixou entre elas, logo já a sentia dentro de mim. Fiquei de costas para ela e enquanto sua respiração ia contra meu pescoço disse em meu ouvido: "Quero que você seja minha". Fingi não ouvir. Droga, eu adorava seu cheiro. Dessa vez, não sei o que aconteceu comigo. Nem sei dizer, não foi mais uma transa, foi além de tudo que já havia experimentado. Beijei suas mãos e seus olhos. Nos cobrimos.
Não demorou muito tive de colocar minhas roupas para ir embora, então ela me surpreendeu de novo. Enquanto eu amarrava meus tênis, olhava para mim, meio triste, meio pensativa.
     - Não me olhe assim - disse rápido, completamente envergonhada.
     - Tenho algumas coisas para te dizer - tomou fôlego, sentou ao lado dos meus pés, desamarrou meu tênis fazendo cara de reprovação, me tocou como uma criança que mal sabia amarrar os sapatos e começou a amarra-los de novo, a sua própria maneira -  Realmente gosto de você, entendo tudo isso, seus valores, as coisas em que acredita. Mas quero que saiba que quando resolver seus problemas emocionais e curar seu coração, irei estar aqui, esperando, querendo ser mais que a garota que te leva pra cama. Consigo me imaginar ao seu lado, sendo a sua mulher. 
     - Eu agradeço do fundo do meu coração. Mas, você sabe que é difícil para mim, não posso curar meu coração porque não quero… gosto dele assim. 
Ela beijou minhas mãos, beijou meus lábios. Seus olhos estavam marejados, mas ela não iria chorar na minha frente. Antes de ir disse:
     - Você sabe que a gente vai se ver por ai, nossas amizades são as mesmas, não vou sumir completamente.
     - Tudo bem, só não finja que não me conhece, quando estiver por ai desfilando com uma nova outra garota e esbarrar em mim - sorrio, colocou as mãos nos bolsos.
Fui embora. E assim terminou o que nem devia ter começado.

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