domingo, 15 de maio de 2011

Substituta, doce substituta.

Ela me chamou para ir ao cinema amanhã. Ja faz um tempo que vem me machucando, discretamente. 
Queria descobrir qual é o meu problema. Sempre me impressiono com as garotas de punhos cortados que calçam all star sujo, indecisas, inteligentes, que escondem mangás entre os livros da escola, tomam remédios prescritos por psiquiatras, vestem camisetas do The Doors e Nirvana mas ouvem Madonna ao mesmo tempo, tem sexualidade ambígua, mentem para si mesmo sobre seus sentimentos, adoram camisas xadrez, parecem boas garotas mas não passam de vadias. Lábios doces, pele macia com a cor entre o amarelo e o branco, dedos firmes e cheiro gostoso mas no fim vão me largar onde acharam. Na beira do abismo, prestes a cair voluntariamente. 
Amanhã vai ser um bom dia. Vamos trocar beijos e caricias entre flashes de luz vindos do projetor, comer em nossa lanchonete favorita e trocar sorrisos indiscretos.
Parece um sonho não é? Acredite, é mesmo. Até porque eu sei que uma hora vou ter que acordar e essa garota vai embora tão rápido como entrou. Tomara que vá mesmo, porque eu não posso correr o risco de  amar alguém de verdade de novo. 
Semana passada ela olhou nos meus olhos e perguntou sobre minhas cicatrizes, eu disse que sempre carregava uma lamina comigo. Me olhou sinceramente como nunca havia feito e disse que eu devia encontrar alguém que me fizesse parar com isso. Sorri com sarcasmo, expliquei que isso seria fácil demais. Difícil mesmo é esta pessoa me encontrar.
Ela tem namorado, eu realmente não devia levar isso adiante. O que começa na bagunça, termina na bagunça. What gets in the shit, it ends in a mess.
Mas tudo bem, eu nem gosto de fato dela. É só uma lembrança, mal feita, de alguém que um dia chegou perto de ser especial, extraordinária, esplendida. Me pegaram na mentira de novo. Eu gosto dela. Infelizmente. Gosto! Estou perdida. Fudida na verdade.

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