domingo, 5 de junho de 2011

Coragem.

Hoje foi minha primeira noite sem pesadelos. Apenas fechei meus olhos pela noite, e os abri pela manhã como se nada houvesse acontecido. Fiquei encarando o teto. Pensando porque Diabos aquilo teria acontecido, então eu sorri. Sim, sorri. Como aquelas pessoas famosas fazem sem motivo aparente.
Levantei, coloquei meus sapatos e fui até meu guarda roupa. Peguei minha Caixa de Pandora, é apenas uma pequena caixa de alumínio, daquelas onde vem balas que custam uma fortuna, guardava minhas lâminas, minha maconha e meus remédios perigosos ali. Olhei, pensei: "Mas eu ainda nem tive a chance de usar essas". Então disse em voz alta:
        - Você não vai precisar delas. 
Coloquei uma blusa de frio qualquer e desci para o reservatório de lixo do condomínio. Tinha tantos lixos coloridos, e eu pensava se aquilo era reciclável. Lógico que não. Mas que cabeça a minha. Tinha que jogar ali, não poderia correr o risco de me arrepender e pegar de novo no lixo de casa. Abri novamente, dei mais uma olhada, cruzei os braços. Tirei uma das lâminas e coloquei no bolso do meu pijama, a guardei. Joguei a caixa fora. Sai dali rapidamente e entrei no elevador. Senti aquilo gelado e cruel no meu bolso. Fiz a porta do elevador se abrir, voltei para lá em passos apressados e joguei a ultima lâmina que havia guardado. Murmurei algumas coisas sem sentido. Senti o vento gelado que vinha contra meu rosto levando minhas angustias. 
Pensei por um instante que não sabia o nome do que teria me feito fazer aquilo. Mas a lucidez voltou a minha mente e tinha certeza que sabia o nome, sobrenome, endereço, traços, cheiro e até mesmo telefone.

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