domingo, 5 de junho de 2011

Cresceu, como eu.

Ela virou uma mulher. Assim como eu. Sem tom de voz não é o mesmo, suas palavras são mais sábias. Ambas falamos menos, mas do pouco que se fala tudo se aproveita.
Tinha medo de encontra-la. Porque poderia dar de cara com a garota que me machucou, repetidamente. Sempre acreditei ,no fundo de toda minha honestidade e sinceridade que aquela garota que feriu meu coração não existia, era uma sombra de algo, como uma tempestade que um dia iria passar. Sombra esta enorme que a cobria, a fazia refém e dilacerava a boa pessoa que eu acreditava que fosse.
Me disseram que essa boa pessoa não existia. Que passaria vivendo na ilusão, eu e essa "boa pessoa", uma imaginação, projeção da minha mente que já não era julgada como lúcida. Estavam enganados, todos eles. Sempre enxerguei você. O mais fundo do seu coração, sua mente, suas mãos.
As vezes quando vejo minhas fotos de um ano atrás, me desfaço. Meu Deus, como era uma criança, todos nós, olhe só, crianças para todos os lados. Eles continuam sendo crianças, todos eles, por pura hipocrisia. Mas nós crescemos, minha querida. Na nossa dor, mísera dor.
Dor essa que não é mais útil. Que pode ser descartada e substituída por uma maré de novos sentimentos que trazemos. Jogada fora como algo que não pode ser reaproveitado, que os porcos mais famintos não podem comer, nem mesmo os vermes desejam deliciar. 


Quem diria? Por favor! Me diga! Quem diria? Eu suplico! Bom, eu diria...

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